Entre facas com pontas tortas, nenhuma bancada para fazer pão e alguns pães solados, algo maravilhoso aconteceu: eu fiz o meu primeiro trabalho como chef em domicílio. Minha grande amiga Eliéte me convidou para fazer um "belisquete" para uma reuniãozinha na seu boteco (não o virtual - ) , como pretexto para a despedida de um amigo. Ela queria ter algo interessante para oferecer aos convidados, mas não queria fazer nenhum banquete, pois era uma reunião para amigos muito íntimos e tudo seria bastante informal. Então ela me disse que queria um caldo verde.
Esse foi o prato do dia. A experiência de cozinhar num ambiente diferente do seu é tão interessante... Primeiro por você não se situar tão rapidamente com os utensílios e com o próprio espaço. Segundo, porque gera um frisson, uma adrenalina boa, aquela ansiedade pela resposta dos comensais. A pergunta que não sai da cabeça é: será que eles vão gostar? Bem, a dona do evento gostou. Já é meio caminho andado...
O mais legal foi que, pouco tempo depois, em uma das aulas de Cozinha Brasileira do Centro-sul, fizemos um prato chamado "Bambá de couve", que é bem parecido com o caldo verde. As diferenças são sutis: o caldo verde é engrossado com batatas, embora haja muitas receitas por aí em que se use aipim. Já o bambá é engrossado com fubá de milho. Também há uma distinção bem legal sobre a apresentação da couve. Mineiro de verdade diz que o bambá tem as folhas de couve rasgadas. Para o caldo verde, a couve deve ser picada em fatias fininhas, um corte para folhas chamado chifonade.
Os dois pratos são deliciosos. Assemelham-se a sopas, embora possam ser mais consistentes, como um purê. Isso vai depender de quem faz e de que forma quer apresentar o prato.
Estou torcendo por mais trabalhos assim. Enquanto isso, ficarei cozinhando na minha cozinha...
Nenhum comentário:
Postar um comentário